sábado, 15 de novembro de 2008

Ao iniciar a busca do homem por trás do nome, percebo que o grande prêmio que recebi foi justamente a possibilidade de enveredar na história, obra e idéias desse tal Fernando Coni Campos, artista cineasta que, mesmo estando freqüentemente fora das listas dos grandes ícones do cinema brasileiro, sempre esteve profundamente ligado a todo o processo de construção do que hoje chamamos com orgulho de “nosso cinema“.
No processo contemporâneo em que vivemos tudo é permitido, e o caos tenta se estabelecer quando todos estão à procura de uma linguagem própria. Descubro então que através da brilhante mente de CHAMPS (como lhe chamavam alguns queridos amigos), grande parte das buscas e inquietações já foram transformadas em palavras, poesia e, acima de tudo, cinema.
Acabo de receber outro prêmio, o DOCTV, e é por isso que escrevo nesse blog agora. Estou prestes a realizar meu primeiro documentário de longa duração...
Ainda não descobri quem é CHAMPS, nem ao menos sei se conseguirei, mas estou partindo da obra deste irreverente para perceber questões contemporâneas de um desejo criador, trabalhado com maestria pelo olhar desgarrado de um realizador que achou no cinema sua máxima fonte de expressão, conjugando duas grandes paixões, a palavra e a plástica, indo talvez ainda mais longe do que quase todo o cinema feito pelas novas ondas até então.
O documentário que inicio agora tem por objetivo investigar o universo das idéias e da obra do cineasta que em 2008 completa vinte anos de morte, sem a pretensão de esgotar um tema, mas sim de (re)descobri-lo através da curiosidade inerente ao jovem olhar, inquieto. Se afastando de um modelo biográfico de documentário, as idéias e personagens relevantes surgirão do sonho e lucidez de Coni Campos, sentidos e transformados por mim e por outros parceiros de cinema... A idéia do documentário é dar uma luz às muitas questões e inquietações dos que hoje buscam incessantemente uma nova forma de contar histórias. Roubaremos um cinema, sejamos ladrões...

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